Em julho do ano passado demos a notícia da chegada do Kia Forte, que, no Brasil, chegaria com o nome Cerato, então usado por um outro veículo, menor e bem menos interessante do ponto de vista estético. Apostávamos que ele chegaria no começo deste ano, mas erramos por meio ano. Ele está chegando só agora ao país, mas mostra ter tido bons motivos: chegou custando R$ 49,9 mil, menos do que o Honda City, que é fabricado no Brasil e é menor.
Com 4,53 m de comprimento, 1,78 m de largura, 1,46 m de altura e um entreeixos de 2,65 m, o Cerato tem porta-malas de 415 l e o mesmo motor que equipa o recém-lançado Kia Soul, um 1,6-litro de quatro cilindros com 124 cv a 6.300 rpm, com torque de 156 Nm a 4.200 rpm. Há também a opção de um motor 2-litros de 156 cv a 6.200 rpm e 194,2 Nm a 4.300 rpm no exterior, que deve ser importado ao Brasil se a clientela exigir.
O motor 1,6-litro pode não ser suficiente para enfrentar o Honda Civic, com seus 140 cv, mas ataca de frente o Honda City, que custa de R$ 56,21 mil a R$ 71.095 e mede 4,40 m de comprimento, com entreeixos de 2,55 m. Apesar de o porta-malas do City ser maior (506 l), ele é 13 cm mais curto e tem 10 cm a menos de entreeixos, a medida que realmente conta. É ela que interfere no espaço interno. Se não tem motor flex (ainda), o Cerato tem cinco anos de garantia. O City tem só três. Seu preço, de todo modo, é o maior atrativo, mesmo com 35% de imposto de importação (fora todos os outros que os carros nacionais também pagam).
A versão de R$ 49, 9 mil vem com direção hidráulica, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos, dois airbags, computador de bordo, toca-CD com MP3 e entrada USB e para iPod, comandos do som no volante e roda de liga-leve de aro 15”.
Por R$ 52,9 mil, ainda mais barato do que a versão mais simples do Honda City, o Cerato virá com ar-condicionado digital, rodas de liga-leve de aro 16”, ABS, freio traseiro a disco, apoios de cabeça ativos, que evitam o efeito chicote (que causa danos à coluna cervical em acidentes), volante e alavanca de câmbio em couro.
Quem quiser um veículo com transmissão automática terá de acrescentar R$ 5.000 a este valor, chegando em R$ 57,9 mil. E é nela que pode residir a maior desvantagem do Cerato: ela tem apenas quatro velocidades, enquanto a do City tem cinco. Só que, considerando que o City automático mais barato, sem tantos opcionais, custa R$ 60,01 mil, essa pode ser uma desvantagem não tão significativa para o consumidor. Pois é, parece que a Kia resolveu acuar a Honda. Primeiro, com o Soul, que será o maior rival do Fit. Agora, com o Cerato, que pode causar estragos tanto contra o City quanto contra o Civic. Vejamos como o novato vai se sair.
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